domingo, abril 25, 2010

Cof cof

Um poema de Luciana Elaiuy:

Caligrafia

Escreva em letra miúda a sua sensação de grandeza
Num muro, bilhete, na testa, no verso da tristeza.
Mas escreva em letras miúdas para caber
entre os dentes da raiva, entre os tempos da pausa,
entre o peso e a alça, o desejo e a calça.
Nomeie seus instantes.
Para ler com clareza,
não é a letra que 
precisa ser grande.

quarta-feira, abril 07, 2010

Casulo

Dói ver e ouvir aqueles governantes mauricinhos do Rio, Paes e Cabralzinho. Um deles falou que essa catástrofe na Cidade Maravilhosa é culpa das pessoas que moram em encostas. Que pena dividirmos oxigênio com seres como esses. Na condição de homens públicos, deveriam oferecer moradias com condições básicas de uso.
E Lulinha? 'A Copa e as Olimpíadas [sic] estão garantidas'. Quem lá tá preocupado com essas porcarias? Todos precisam é voltar pra suas casas -- aquelas que sobraram -- e viverem. Só isso: viverem.

Outro fiasco é serviço de meteorologia. Pelamordedeus... o que é isso?? Não conseguem nunca nada? Não preveem nada através de suas amostras? Os caras dizem que no dia D disseram que teria chuva, mas nada da quantidade? Parece aquelas previsões do BATV daqui: 'dia ensolarado com pancadas de chuva no final da tarde'. Até eu olhando pro céu posso antever isso...

quinta-feira, abril 01, 2010

Bird

Passo os dias a me observar.
Um dia tomo umas pílulas pela manhã e me olho. Noutro misturo tudo à tarde ou à noite. E fico sempre me olhando, medindo os efeitos; como está meu humor, minhas disposições etc etc.
Acho isso importante pra mim. Mas cansa. Você fica muito ensimesmado, lendo-se, medindo-se, conferindo-se.
Páscoa é passagem. Eu quero passar. Quero ver como é estar do outro lado. Enfim, ver-me à distância.